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O grande trunfo

Reinvestir no negócio, o que não cresce desaparece, portanto, uma boa parte – e isto depende da visão do empreendedor – das sobras devem retornar ao negócio na forma de novos investimentos (não confundir com reformas e depreciação, pois estas são apenas despesas decorrentes do negócio).


E quando se fala em reinvestir no negócio não há como pensá-lo apenas olhando para dentro de seus muros. A produção de uma fábrica ou a venda de uma loja parece acontecer dentro de quatro paredes, quando na verdade o negócio não acontece por lá. O negócio está lá fora, está no mercado.
A revolução digital veio mostrar ou acelerar isto, o negócio acontece onde o consumidor está, ou onde ele estiver mais disposto para fazer acontecer, seja ele da natureza que for, é sempre o cliente o determinante. Aqui talvez seja um paradigma a ser trabalhado pelas empresas.


Investir no negócio significa muito mais que investir nos processos, nos equipamentos, na estrutura e principalmente nas pessoas. Investir no negócio significa investir no mercado em que atua diretamente e no mercado em geral indiretamente. Há aqui também uma lei universal que pode parecer mágica, mas no fundo também é apenas uma regra invisível da natureza econômica. É o famoso efeito bumerangue do mercado. Tudo o que você investe nele retorna de forma exponencial e com mais força.
Portanto, é preciso buscar entender este efeito e investir em seu mercado. Perceba que este investimento deve ser compartilhado. Aqui nasce o sentido de comunidade econômica. Somos todos responsáveis pelo segmento no qual resolvemos atuar. Se nossa disposição de investir no mercado for recorrentemente baixa, baixa será a evolução e a devolutiva deste segmento para os empreendedores que nele atuam.


Sempre existirá os mercenários que entram no segmento para subtrair o máximo de vantagens e benefícios em benefício próprio. Estes são apenas mercenários e somente o tempo dará a eles o castigo devido. É uma regra Sinequanon, porém lenta, a ponto de aos olhos desatentos pode parecer não existir, mas é uma regra e como tal, pode tardar, mas não falha. Os mercenários sucumbem pela falta de visão de mercado, e quando ele próprio não paga a conta por esta falta de visão, seus herdeiros pagarão.
A grande sacada aqui é entender este mecanismo vivo e dinâmico chamado economia. Como um ser vivo, precisa ser alimentado. Sobrevive basicamente da energia provocada pela atitude empreendedora, mas se alimenta dos investimentos dos empreendedores. É necessário pensar em treinamentos de pessoas não objetivando apenas o teu negócio, mas de forma solidária investir em treinamentos para o segmento ou setor econômico.

Quantas vezes você já ouviu um empresário temer ou recuar em investimentos de pessoas por acreditar que uma pessoa mais qualificada vai ser visada pela concorrência? Isto é uma verdade absoluta, todo bom empregado é visado pela concorrência, seja ela direta ou indireta. É sonho de todo empreendedor encontrar um intra empreendedor super qualificado que lhe traga resultados acima da curva, portanto todo ser humano que se destaca em uma organização tem seu valor de mercado amplificado.


Esta mecânica incentiva os trabalhadores a buscar uma melhor qualificação; talvez haja uma pequena falha por parte dos trabalhadores quando buscam apenas qualificação técnica, quando o ideal seria buscar também qualificação em empreendedorismo para entender o real objetivo de existência da organização em que atua ou pretende atuar. Este seria o super empregado desejado no mercado. Porém, a falha maior não está no empregado que busca qualificação pensando em seu umbigo.


A falha maior está no empreendedor que não qualifica seu empregado pensando em seu umbigo com receio que seu concorrente seja beneficiado com o investimento feito por ele, afinal todo o esforço de melhorar o rendimento de um empregado pode ser aproveitado pelo concorrente sem ter investido nem um centavo em treinamento.


Isto pode ser dolorido, mas é uma verdade absoluta, presente em todos os segmentos, e este efeito quando não suprime totalmente o investimento em treinamento, com certeza interfere na qualidade e no rumo adequado que eles deveriam acontecer. Existem falhas, mas existem também oportunidades. Precisamos apenas abrir os olhos. Veremos mais na próxima semana. O caminho existe. O caminho é ASSOCIAR. Vamos trilhar.

O autor Gilmar Denck é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração.

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