Conforme vimos anteriormente, a reflexão a respeito da competitividade financeira das associações comerciais já possuía em seu âmago pelos menos uns 13 anos de atraso. Um exemplo disso é o nosso Seproc, criado pelas associações comerciais que sucumbiu ante a investida de uns poucos, bem intencionados, na visão deles, mas que poderia ter se transformado num modelo de sustentabilidade para todas as entidades e não para uma meia dúzia de espertos de plantão.
Vejo com bons olhos esta crescente nas pautas de diversas entidades bem como vejo com preocupação esta mesma crescente nas pautas dos sindicatos que perderam receitas com o fim da contribuição compulsória. Em vez de unir forças com entidades já existentes, se jogam no mercado de serviços com a mesma intensidade empreendedora já existente no meio, provocando mais distúrbios e confusão no escopo de atuação.
Chegamos ao cúmulo de haver concorrência entre entidades que deveriam ser o exemplo de cooperação para servir de modelo de fomento de negócios na comunidade.
Muitos acreditam que tudo é positivo. Mas precisa ter alguns cuidados, já que há variáveis a serem consideradas. Não podemos esquecer que empresas produzem, governos controlam e transformam entidades transformam. Empreender é para o empreendedor, e o risco inerente deve ser preservado como forma de alavancar os prêmios através dos lucros.
Acredito que o melhor modelo de entidade-empresa é o das cooperativas. Há muitos pontos semelhantes entre associação e cooperativa, pois ambas se baseiam na cooperação como princípio universal de atuação.
Porém, em sua essência, a cooperativa pode buscar além da redução de custos pelo efeito de economia de escala, a distribuição de sobras no final de cada exercício, incentivando assim o investimento e o uso da cooperativa, onde todos ganham, não só benefícios associativos como receitas financeiras.
O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração.