A salvação da humanidade está no consenso. Especialistas do mundo inteiro vêm se debatendo com a transformação da sociedade, acelerada pelo efeito pós-pandemia e pela evolução constante da internet das coisas. Não somos em nada parecidos com a sociedade de pouco mais de 20 anos passados, e com toda certeza não seremos iguais em um curto período.
Muito progresso e muita evolução estão sendo vislumbrados em todos os campos do conhecimento e das relações econômicas. Porém, o medo da velha e sempre presente cultura escravagista, que não abandona o sentimento imperialista, parece rondar com força, mesmo em tempos de evolução tecnológica. O que os especialistas de todos os cantos do mundo concordam é sobre o fato imutável da responsabilidade sobre a construção social. Todos apontam na mesma direção.
Precisamos de empresas fortes, assim como precisamos de governos fortes, mas nenhum pode sobrepor ao outro, sob o risco do surgimento de um super império. Eis o perigo. E este só pode ser combatido pelo consenso. Razão basilar da construção social. Dia 21 de agosto comemoramos o dia da construção social, mas o que é isto e qual sua importância?
A construção social é a criação de uma entidade, um sistema social desenvolvido pela relação entre as pessoas, onde os participantes estabelecem a cultura predominante, que se estabelece de forma organizada. A ideia básica é se unir para debater, estudar, entender tudo aquilo que possa afetar as relações sociais e definir em consenso o melhor caminho a partir das crenças do grupo.
Aqui se torna necessário a busca de consenso que equivocadamente muitos acham que é pensar igual. Não é. Consenso é a busca de uma definição em conjunto, onde o debate e o respeito constroem um pensamento de grupo, que pode divergir do pensamento individual, mas este deve sobrepor para que possamos conviver. Por isto precisamos construir a sociedade.
Outro erro é achar que este papel é dos legisladores. Não é. Este é o papel preponderante das entidades sem fins lucrativos, onde a população se reúne voluntariamente para definir seus rumos e influenciar o poder constituído.
Outro erro é acreditar que as construções sociais antigas e ainda vigentes como o dinheiro, a cidadania e os jornais são claramente construções sociais porque, como é óbvio, não poderiam ter existido sem sociedades, são as únicas construções sociais práticas e de uso comum.
Tudo aquilo que a sociedade constrói para conviver é construção social. O mercado, os negócios são construções sociais e pertencem à sociedade. Enquanto a empresa pertence ao empreendedor, o negócio pertence à sociedade é ela quem define quem fica e quem sai do negócio.
O principal processo social que favorece a formação da sociedade é a cooperação, enquanto que a acomodação pode ser perigosa, pois favorece modelos escravagistas e ainda a assimilação, ou aceitação pura também podem apresentar este perigo. Do outro lado, e estes devem ser combatidos, estão os processos sociais associativos que são a competição e os conflitos. Por isso precisamos Associar.
A cultura está presente sempre que os seres humanos se organizam em sociedade. A cultura é uma construção histórica, é produto coletivo de nossas crenças. Isso quer dizer que falar em cultura implica necessariamente se referir a um processo social concreto, construído pelo debate ou pela falta dele. Por isso a necessidade de associar. Buscar o consenso é o caminho da salvação. Queremos?
O autor Gilmar Denck é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração
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