Gilmar Denck
Todo ser humano deveria nascer com cinco corações, pois quem tem coração se apaixona, e quem ama, cuida. Deus, em sua infinita bondade, fez o homem à sua imagem e semelhança, dotando-o dos mesmos poderes para construir o seu mundo. Podemos realizar exatamente tudo o que desejarmos. Entretanto, Deus estabeleceu uma norma invariável: em qualquer campo para o qual nosso desejo nos conduza, será necessário investir tempo e dinheiro para obter retorno ao longo do tempo.
Curiosamente, esse retorno será diretamente proporcional ao tempo e ao dinheiro investidos. O tempo representa a dedicação que surge da força do desejo, e o dinheiro é a matéria-prima necessária para o investimento no campo em que buscamos retorno.
O capital, portanto, é a maior criação da humanidade, pois demonstra toda a força da cooperação quando aqueles que acumulam favorecem aqueles que desejam, por meio do crédito. O cuidado aqui reside em compreender qual desejo estamos direcionando: se é para ganhos ou apenas para conforto.
Por exemplo, comprar um carro para trabalhar ou para passear aparentemente envolve o mesmo objeto, mas pode atender a desejos diferentes, e ambos estarão satisfeitos.
Outro aspecto da bondade do Criador é a instabilidade constante do universo. Estamos em contínua expansão, e todo ser existente deve seguir essa ordem universal: expandir e evoluir (mesma frequência universal) não há estabilidade; ou estamos evoluindo ou involuindo, ou estamos crescendo ou morrendo. Assim, tudo o que não cresce, desaparece. Isso é uma lei universal.
Mas por que cinco corações? Porque o coração é a fonte dos desejos que nos conduzirão à evolução. E quem ama, cuida. Mas do que devemos cuidar? Devemos nos amar, pois somente assim poderemos amar aos outros. Amar a si mesmo significa cuidar, acima de tudo, da saúde. Alimentação regrada e exercícios físicos exigem investimentos, ou seja, dedicar tempo e dinheiro para obter retorno em forma de saúde.
Temos que amar nossa família, pois somente ela pode nos trazer saúde emocional e manter o equilíbrio necessário que nos torna produtivos. Portanto, é essencial investir tempo e dinheiro na família.
Precisamos amar nossa empresa, seja como dono ou empregado. Ela é nossa fonte de recursos, e é por meio dela que obtemos o dinheiro para realizar nossos desejos. Portanto, devemos investir tempo e dinheiro na nossa empresa, pois se ela não cresce, desaparece. Como donos, devemos reinvestir parte do lucro; como empregados, devemos investir na nossa constante qualificação.
Devemos amar o nosso negócio, pois é nele e por meio dele que nossa empresa sobrevive. Não existe uma empresa bem-sucedida em um ambiente de negócios ruim. Curiosamente, poucos se preocupam com esse ambiente. Políticos frequentemente fazem discursos prometendo melhorias nesse cenário, mas, na maioria das vezes, essas promessas são apenas estratégias eleitorais. Portanto, somos nós que devemos cuidar do nosso negócio. Aqui, diferentemente da saúde, da família e da empresa, a responsabilidade é coletiva (associar). Aqui devemos investir tempo e dinheiro em conjunto com nossos parceiros, muitas vezes chamados de concorrentes.
Por fim, devemos amar a sociedade em que escolhemos viver. Embora sejamos livres para fazer essa escolha, ao fazê-la, nos tornamos responsáveis. Portanto, é necessário investir tempo e dinheiro na sociedade. Os tributos obrigatórios já estabelecem a contribuição financeira, mas se desejamos retorno, precisamos investir também o nosso tempo. Participar ativamente da sociedade civil organizada, seja por meio de associações ou sindicatos, é uma forma de investir na sociedade.
Existe ainda, uma lei universal complementar que gera dependência entre as cinco paixões: nossa saúde física depende da saúde emocional, que só a família pode gerar, e da saúde financeira, que só a empresa pode proporcionar.
A família, por sua vez, depende da saúde financeira da empresa para sobreviver. A empresa, por sua vez, depende da saúde dos negócios para sobreviver, e os negócios dependem da saúde social para sobreviver (observe aqui a importância do ESG). E por fim, cada um de nós depende do equilíbrio de todas essas paixões para encontrar a felicidade e a razão para existir.
Há pessoas que acreditam que essas cinco paixões são conflitantes e que não há tempo para dedicar a todas. Essa é uma crença limitante pregada pelos líderes imperialistas. No entanto, somos filhos de Deus e possuímos os mesmos poderes. Quando amamos, cuidamos. Temos tempo e nos dedicamos. O equilíbrio é apenas uma questão de preferência e consciência. O retorno é inevitável e diretamente proporcional ao tempo e ao dinheiro que investimos. A chave para a felicidade existe. O caminho é associar. Vamos trilhar.
O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração