Por que persistimos em paradigmas nocivos?

Gilmar Denck

Sabemos que os problemas sociais são decorrentes dos problemas econômicos que geram as distorções que nos levam a problemas complexos na sociedade. Porém, para a solução, vivemos num mundo de crenças seculares. Muitos de nós acreditam que o capital explora a humanidade. Outros acreditam que são os empresários que exploram. Há ainda aqueles que acreditam que os problemas econômicos são derivados da baixa produtividade ocasionada pela má qualificação e má disposição ao trabalho por parte dos trabalhadores. E o pior, a meu ver, são aqueles que acreditam que os governantes são capazes de resolver isto (republicanos, estatistas).
Essas são questões complexas e multifacetadas que envolvem muitos aspectos da sociedade, economia e política, o que nos leva a terceirizar e acreditar em heróis. Porém, o caminho está em outra direção. Vejamos algumas perspectivas.
Persistência em paradigmas nocivos: às vezes, as pessoas persistem em paradigmas nocivos devido à falta de conhecimento, resistência à mudança ou porque o sistema atual beneficia certos grupos e nos ensina a confiar em heróis. O primeiro passo está na educação e na conscientização, que podem ajudar a quebrar esses paradigmas.
Capitalismo e exploração: algumas pessoas acreditam que o sistema capitalista pode levar à exploração da humanidade, especialmente se não for regulado adequadamente. No entanto, outros argumentam que o capitalismo, quando equilibrado com proteções sociais adequadas, pode levar a inovação e crescimento.
Empresários e exploração: nem todos os empresários exploram a humanidade. Muitos contribuem positivamente para a sociedade através da criação de empregos e inovação. No entanto, existem casos em que os trabalhadores são explorados, o que é uma questão de ética empresarial e direitos humanos.
Mão de obra desqualificada e produtividade: a baixa produtividade pode ser resultado de vários fatores, não apenas da mão de obra desqualificada. Fatores como infraestrutura, acesso à educação, políticas governamentais e tecnologia também desempenham um papel.
Governantes e soluções: alguns acreditam que os governantes têm a capacidade de resolver esses problemas, enquanto outros são mais céticos. A eficácia de um governo pode depender de muitos fatores, incluindo a competência dos líderes, a estrutura política e a participação cidadã.
Somente a participação ativa da sociedade civil organizada pode mudar esses cenários, e aqui cada cidadão é responsável pela sua parte, participando ativamente das instituições do terceiro setor, associações, sindicatos etc. Onde cada um deve entender o papel da entidade e dedicar parte de seu tempo na construção da nação, atuando localmente e influenciando globalmente. Este é o caminho. O caminho é associar. Vamos trilhar.

O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração

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