É comum que os clientes, ou potenciais clientes, cheguem com uma demanda assim: quero que meu site apareça melhor no Google! (e eu também, além de uma massagem no pé).

Pra começar, é preciso dizer que essa é uma fórmula complexa, composta de vários fatores e muitos deles são bem técnicos. Vale a pena revisar com uma consultoria técnica questões como dimensionamento de imagens, usabilidade, velocidade, backlinks… uma série de ingredientes que não são a minha especialidade. Mas posso garantir: são bem importantes. Vale a pena gastar uns minutos pra ler este conteúdo do Neil Patel.

Um desses ingredientes principais – mas de novo, não o único – é o famoso blog. Antigameeeente, lá nos idos da internet discada, um blog era algo bem pessoal. Tive vários. Com o tempo, e a divulgação de informações do que o Google leva em conta para o ranqueamento dos sites, o blog passou a ser um item praticamente obrigatório para os sites de empresas. Mas por que? Simplificando, é uma forma de manter seu site sempre atualizado (o que conta pontos) e de conquistar espaço no ranking das palavras-chave que podem levar seu potencial cliente até conhecer a sua marca/produto/serviço. Pense num grande placar em que você vai acumulando ou perdendo pontos ao longo do tempo. O objetivo é gerar autoridade virtual para sua marca.

Mas quando essa moda pegou, os problemas vieram. Nem todo mundo entende conceitos básicos que precisam estar presentes para que o blog do seu site efetivamente sirva para ajudar e não seja um desperdício de tempo e dinheiro.

Cinco coisas pra NÃO FAZER EM SEU BLOG:

1/ Não copie conteúdo de outros lugares, mesmo que você dê crédito ao final

O algoritmo é inteligente. Bem, é o Google, né? Ele rastreia onde aquele conteúdo foi publicado primeiro e entende que você está tentando trapacear. Além do risco de direitos autorais mesmo, de sua empresa ser processada pelo dono daquela reportagem ou artigo, não vai contar pontos a seu favor e pode contar contra.

2/ Não confunda blog com notícia nem com artigo científico

A estrutura de texto é diferente. No jornalismo, aprendemos que repetir palavras significa pobreza no texto. No artigo científico, temos outras exigências acadêmicas e uma linguagem mais formal. No texto otimizado para SEO, você repete a palavra-chave de propósito, deve traduzir o que está dizendo, tem um mínimo e um máximo de caracteres e uma série de outras técnicas necessárias para que ele fique ok. Uma dica é usar um plug-in para o WordPress chamado YOAST (tem versão gratuita).

3/ Não ache que o blog é suficiente

Os artigos de blog funcionam dentro de uma estratégia maior de inbound marketing – ou seja, um marketing baseado em conteúdo em que você vai conduzindo UMA PESSOA em sua decisão de compra. Pra fazer essa condução, você usa informação de qualidade e relevante. Essa estratégia pode prever uma série de materiais, entre eles os artigos de blog.

4/ Não faça sem planejamento

Esse é um dos equívocos mais comuns. Por falta de estrutura, de tempo, de investimento ou mesmo de cultura interna da importância desse espaço de comunicação, muita gente posta no blog “quando dá”. Mas pense comigo: um algoritmo é algo matemático que funciona com padrões. Por isso, ter constância em suas publicações é quase tão importante quanto o conteúdo em si. Não se comprometa a atualizar três vezes por semana, se isso não é possível em sua realidade. É melhor publicar uma vez por semana regularmente do que escolher publicar todos os dias de uma semana e depois abandonar até a próxima “lembrança”. Vale também pra mídias sociais e YouTube.

5/ Não faça propaganda direta

Sim, eu sei que a tentação é grande. Mas é preciso manter o compromisso de que aquele é um conteúdo para atender a uma necessidade, responder a uma pergunta, resolver um problema do seu cliente. Os chamados call to action são importantes, mas é preciso respeitar o espaço de quem está lendo. A publicidade tradicional, que diz “compre, compre, compre” tem seu espaço na mídia offline e mesmo nos anúncios digitais.

Melina Santos é jornalista formada pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, com MBA em Jornalismo Digital pela Uninter. Trabalhou em veículos de comunicação, do impresso à televisão, e estuda a internet desde a graduação. Foi coordenadora de mídias sociais na RPC e desde 2017 é proprietária da agência Gangorra Digital em Curitiba, que atende clientes de várias áreas.  É professora da Universidade de Negócios no MBA de Marketing Digital