Como acertar a terapia?

Gilmar Denck

Quando temos uma dor ou uma disfunção precisamos de um remédio ou uma terapia. Porém, antes de tudo, é importante entender a dor para atender com a solução adequada. A dor de um empresário pode ser entendida como um problema a ser solucionado e pode ser comum a maioria dos empresários que enfrentam muitas vezes sem mesmo perceber. São questões objetivas, mas nem sempre fáceis de serem identificadas.
Isso porque a origem de um ponto de dor é tão diferente quanto os próprios empresários. Outro detalhe que adiciona complexidade a essa busca é que nem todas as pessoas sabem identificar e expressar suas necessidades com precisão. E isso dificulta o processo de entender. Quando isso acontece, a entidade precisa “testar” estímulos diferentes através de seus canais de approachs, para analisar como os empresários respondem a cada um.
Para facilitar o entendimento sobre a dor do empresário, os problemas são agrupados em categorias amplas, mas que ajudam no direcionamento. Dor financeira: quando gasto alto com ferramentas e recursos para o negócio e, portanto, estão focados em reduzir custos. Dor relacionada à produtividade: quando gastam muito tempo com as soluções atuais implementadas e desejam ter mais eficiência no trabalho. Dor (interna) relativa aos processos: eles focam em encontrar novas maneiras de aprimorar os processos internos. Aqui os problemas podem ser: tributários (gestão assertiva); trabalhista (gestão eficiente dos times ou questões legais); qualidade (gestão da qualidade); ESG (questões legais e estratégicas em questões sociais, ambientais e de imagem (credibilidade da marca); lucro (retorno sobre investimento, rentabilização do capital e reinvestimento no negócio); dor (externa) relacionada aos serviços quando percebe que os leads têm gargalos no atendimento e suporte, e precisam aprimorar este ponto na jornada de seus clientes.
Aqui os problemas podem ser: network com parceiros do segmento (enxergam como como concorrentes, inimigos); Imagem do segmento; credibilidade do segmento; excesso ou falta de leis regulamentando o segmento; baixa qualificação; baixa capacitação dos empreendedores que atuam no segmento; baixo valor do produto ou serviço oferecido; Falta de visão de mercado; falta de visão do poder da coletividade (essa classificação deixa o entendimento mais fácil, pois o segredo é entender para poder atender).
É natural enfrentar problemas pessoais, porém, é importante lembrar que cada um deve encontrar suas próprias soluções. Embora seja válido buscar ajuda profissional, é fundamental compreender que a responsabilidade por lidar com esses problemas é individual.
No contexto empresarial, também nos deparamos com diversos desafios, como questões tributárias, trabalhistas, de gestão de equipe, produção, qualidade, produtividade, bem como aspectos ambientais, sociais e legais. Além disso, há desafios financeiros, como a captação de recursos e a busca pelo lucro. Nesse cenário, os problemas passam a ser compartilhados com os stakeholders da empresa, começando pelos empregados e incluindo fornecedores e prestadores de serviço. Aqui, percebemos a importância da colaboração e do trabalho em equipe para enfrentar esses desafios.
Cuidar de todas essas questões é fundamental para o sucesso, mas não é tudo. Além disso, é necessário se concentrar no produto e na satisfação do cliente, pois é nesse ponto que o negócio se desenvolve. No mundo dos negócios, também enfrentamos problemas, como a imagem do produto, o valor agregado para a sociedade e a concorrência desleal. Aqui, os problemas vão além do âmbito individual e pertencem a todos os participantes do mesmo segmento de mercado. É nesse ponto que surge a necessidade de se associar, sentar-se à mesma mesa e discutir melhorias em conjunto, pois empresas prósperas dependem de negócios saudáveis. Enquanto o empreendedor enfrenta o desafio de desenvolver o negócio, o gestor lida com a gerência dos processos e da empresa.
Além dos problemas pessoais e empresariais, ainda nos deparamos com os desafios do mercado, incluindo leis e regulamentações que podem desestimular a atividade empreendedora, dificuldades na captação de recursos e custos de capital elevados, bem como a escassez de mão de obra qualificada.
Esses problemas tendem a ser comuns a empresas do mesmo setor. Nesse caso, a mesa de discussão se amplia, mas é essencial que cada um esteja presente e participe ativamente do debate. Além disso, é possível enfrentar dificuldades financeiras decorrentes de uma economia mal gerida pelos governantes. Nesse contexto, os problemas atingem toda a sociedade. Aumentar o tamanho da mesa não é suficiente; é preciso agir e, se possível, liderar movimentos de participação democrática nas decisões governamentais.
É importante lembrar que problemas sempre existirão, porém muitos deles podem se tornar grandes oportunidades de crescimento e prosperidade. No entanto, é preciso estar disposto a participar ativamente desses processos. Associação é o caminho que permite a colaboração e o trabalho conjunto. Vamos trilhar esse caminho juntos, para alcançarmos resultados positivos e evoluirmos.

O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração

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