Gilmar Denck
O desejo de liderar e ser liderado é um fenômeno complexo que tem raízes em vários aspectos da psicologia e sociologia humanas. A liderança, como conceito, tem uma longa história, com origens que remontam aos comandos militares e à necessidade de alcançar objetivos, manter a hierarquia e o poder.
A necessidade de liderança pode ser vista como uma resposta às demandas de organização e direção dentro de grupos. Líderes, muitas vezes, surgem naturalmente em situações onde um grupo precisa operar de maneira coesa para alcançar um objetivo comum. Além disso, a liderança está associada ao conceito de autoridade, que pode ser carismática, tradicional ou racional-legal, segundo a classificação de Weber.
Por outro lado, a submissão a líderes pode ser entendida como uma busca por orientação, estabilidade e delegação de responsabilidades para alguém percebido como mais capaz ou qualificado. Isso pode proporcionar um certo conforto, pois permite que os indivíduos se concentrem em tarefas específicas, enquanto confiam na liderança para a tomada de decisões mais amplas.
No entanto, essa dinâmica também pode levar ao surgimento de líderes que exploram essas necessidades para seus próprios interesses. Isso ocorre quando o poder e a influência associados à posição de liderança são usados de forma egoísta ou manipuladora. A história está repleta de exemplos de líderes que usaram seu carisma ou autoridade para ganho pessoal, muitas vezes em detrimento do bem-estar coletivo.
É importante que as organizações e sociedades estejam atentas a essas dinâmicas e promovam formas de liderança que sejam éticas, transparentes e voltadas para o bem comum, evitando assim a ascensão de líderes que possam abusar de sua posição.
Uma das funções do associativismo é justamente criar um ambiente de cooperação que inibe a ação de lideranças mal-intencionadas. Associar é o caminho. Vamos trilhar.
O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração.