Como organizar a entidade para tornar o associativismo funcional e eficaz

Gilmar Denck

Antes de mais nada, precisamos definir e entender que o nosso foco é o empreendedor e o ambiente de negócios local. Nossa tarefa é criar um ambiente onde possamos despertar o olhar empreendedor para enxergar as oportunidades e inovar. Desenvolver um ambiente que favoreça os negócios, amplie o capital disponível de forma barata e acessível, que integre os empreendedores na busca harmoniosa e coletiva da prosperidade, fortalecendo a nossa voz e assim influenciando o poder público na construção de políticas públicas favoráveis ao desenvolvimento.
Depois de compreender a missão e o propósito, precisamos criar os fóruns adequados para realizarmos as tarefas que nos levarão ao sucesso. É necessário criar comitês temáticos de livre adesão para promover debates técnicos, trazer informações seguras para a gestão empresarial e apontar novas oportunidades de negócios em todos os temas empresariais.
Necessitamos ainda criar câmaras de desenvolvimento de cada segmento econômico da nossa cidade, envolvendo os empreendedores do segmento em um movimento evolutivo, ampliando seu network, seus negócios, suas oportunidades, melhorando sua imagem e criando mecanismos de aumentar o faturamento e reduzir os custos.
Por fim, criar conselhos setoriais que reúnam câmaras de um mesmo setor da economia para debater ações macro de desenvolvimento de todo o setor, além de estruturar dentro dele um fórum de atuação política que nos leve à representatividade plena.
Estes fóruns, comitês, câmaras e conselhos nos levarão a uma estrutura evoluída e ousada de governança social, focada no seu único propósito: o desenvolvimento local.
Um comitê temático tem a função de debater, pesquisar e formular opiniões técnicas sobre um tema específico de relevância à atividade empresarial. Deverá ser conduzido preferencialmente por um líder escolhido pela presidência da entidade, pois este abastecerá inclusive os discursos oficiais da entidade sobre os temas propostos. A participação será livre e voluntária, não sendo exigido dos integrantes nenhuma ligação direta com a entidade. Caberá ao líder a busca de técnicos e pessoas de notório saber na área, entretanto qualquer cidadão poderá participar dos debates.
Com o grupo formado, a liderança definirá os temas e, em cima deles, estabelecerá a opinião técnica da entidade e ainda buscará encontrar as oportunidades de negócios que do tema possam derivar e, assim, abastecer a comunidade local com estas informações.
Os principais comitês a serem estabelecidos irão girar em torno de temas relacionados a tributação, questões trabalhistas, qualidade & produtividade, ESG, fomento, saúde, transporte, educação, inovação e deverão ainda se formar alguns comitês estratégicos para auxiliar a governança no associativismo, tais como: comitê de aproximação acadêmica, comitê de políticas públicas, comitê de novos serviços associativos, comitê do comércio do futuro.
Funcionando de forma livre, democrática e solidária, os comitês formarão a base intelectual do conhecimento coletivo empresarial que servirá como base da inteligência para os negócios locais, transformando-se inclusive no mapa e manual de atuação da governança da entidade.
Seja você também um voluntário de um dos comitês. Venha praticar associativismo, entender democracia e desenvolver seu network de forma produtiva para você e toda a sociedade. Isto é associar, vamos trilhar.

O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração.

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