Gilmar Denck
Uma perspectiva que pode apontar para uma relação positiva entre o associativismo e a saúde emocional é a do capital social, que se refere ao conjunto de recursos sociais que são gerados e mobilizados por meio das redes de relações entre as pessoas, como confiança, cooperação, reciprocidade, normas e valores compartilhados. O capital social pode ter efeitos benéficos para o bem-estar individual e coletivo, pois facilita o acesso a informações, oportunidades, apoio e solidariedade. Além disso, o capital social pode promover a participação cívica, a integração social e a coesão comunitária, que são fatores importantes para a saúde mental.
Outra perspectiva que pode sugerir uma conexão entre o associativismo e a saúde emocional é a dos movimentos sociais, que são formas de ação coletiva que visam transformar ou preservar aspectos da ordem social, política ou cultural. Os movimentos sociais podem ser fontes de empoderamento, reconhecimento, identidade e pertencimento para os indivíduos que se engajam em causas comuns. Além disso, os movimentos sociais podem contribuir para a ampliação dos direitos, da cidadania e da democracia, que são condições essenciais para a saúde emocional.
Uma terceira perspectiva que pode indicar uma ligação entre o associativismo e a saúde emocional é a da sociedade civil, que é o espaço público de interação entre os cidadãos e as organizações não governamentais que atuam na defesa de interesses e valores coletivos. A sociedade civil pode ser um espaço de expressão, diálogo, aprendizagem, deliberação e controle social, que favorecem o desenvolvimento de competências e habilidades individuais e coletivas. Além disso, a sociedade civil pode ser um espaço de resistência, contestação, inovação e proposição de alternativas para os problemas sociais, que estimulam a criatividade e a autonomia.
Portanto, podemos dizer que o associativismo pode ser fonte de saúde emocional, dependendo do tipo, do grau e da qualidade da participação dos indivíduos nas associações. No entanto, também devemos reconhecer que o associativismo pode ter efeitos negativos ou limitados para a saúde emocional, se for marcado por conflitos, exclusões, desigualdades ou manipulações. Assim, é preciso analisar cada caso concreto com cuidado e critério.
O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração