Gilmar Denck
Antes de iniciar no foco desta segunda parte é preciso lembrar que enriquecer é uma missão divina de todo ser humano. Esta ordem universal está explícita em todas as religiões e filosofias humanas. No cristianismo a ordem é límpida, cristalina e imperativa na parábola dos talentos do mestre Jesus. Portanto, a miséria é um desvirtuamento de nossa missão divina, e se ela existe, mesmo não nos atingindo diretamente, há uma falha na missão.
Vimos no capítulo anterior que a riqueza só se forma no coletivo baseada no tripé produtividade, austeridade e segurança jurídica. Vamos então tentar entender o como agir dentro destas leis universais e entender nosso papel enquanto produtores, consumidores, empresários (dono ou empregado) e enquanto cidadãos.
Produtividade é produzir mais em menos tempo e menos espaço. Nós brasileiros estamos muito abaixo da média dos países ricos. Só aqui já justifica nossa pobreza. Investigue e tire suas conclusões.
Para aumentar a produtividade é necessário investir em tecnologia, ferramentas e qualificação da mão de obra. Este investimento sempre tem retorno , porém há ainda quem acredita que investir em mão de obra é investir para a concorrência. Ciclo da burrice. Inovação, automatização e capacitação formam o tripé da produtividade.
Pessoas, empresas, governos e entidades devem abrir os olhos e juntos buscar melhorar estes indicadores. Só tem um caminho, correr atrás do tempo perdido.
A segunda base, austeridade, só é possível através da consciência sobre os gastos, em todas as esferas. Aqui o caminho é a educação financeira. Pessoas, empresas, governos e entidades devem investir pesado na educação financeira de toda a população com foco especial no ensino básico e fundamental, estes podem transformar a nação . Não há outro caminho, somente gastando menos que se produz chegamos ao acúmulo que nos levará a riqueza.
Detalhe importante: de nada adianta sermos produtivos e austeros em nossas contas pessoais e empresariais se em nossas contas sociais (governo) não formos austeros também. Toda riqueza acumulada pela população pode esvair pelos ralos do poder (governos). Aqui precisamos entender que não existe dinheiro público nem dívidas públicas. O que existe é o nosso dinheiro colocado nas mãos dos eleitos para que controlem a saúde, a educação, a segurança e a infraestrutura para que possamos produzir. E não existem dívidas públicas, o que existe são dívidas geradas por incompetentes que estão sob nossa responsabilidade. Portanto, produzir e economizar vai gerar acúmulos que podem ser destruídos pela incompetência da gestão pública que deve ser nossa. A maioria população não entende este jogo, e é ludibriada com impressão de dinheiro, liberação de créditos que iludem o presente mas cobram a conta com juros no futuro através de inflação e recessão (empobrecimento de todos). E há estúpidos que acham que está conta é paga só por quem tem acúmulos. Na verdade ela recai com energia desproporcional em cima dos menos favorecidos.
Portanto, pessoas, empresas, governantes e entidades devem se desdobrar na vigilância da gestão pública, este é o único caminho para a riqueza.
Observe que vez ou outra ouvimos de atores do terceiro setor que eles são voluntários pois não recebem remuneração pelo tempo e trabalho disponibilizados. Ora, trabalhar para o enriquecimento da nação é trabalhar para o próprio enriquecimento, não há altruísmo nisso, apenas responsabilidade, portanto, não são voluntários.
A última e não menos importante base do tripé da riqueza é a segurança jurídica. O mercado é um jogo, há riscos e prêmios. Porém, é necessário que sejam definidas e asseguradas as regras para que o jogo seja justo e traga oportunidades para todos. Para isso dependemos de um sistema judiciário forte e independente, baseado na justiça e na solidariedade, livre e independente, que assegure um conjunto de regras justas em benefício da geração das riquezas. Aqui pessoas, empresas, governos e entidades devem unir forças para construir uma nação justa e soberana.
O caminho existe e é simples assim: produzir, economizar e assegurar. O caminho é Associar, juntos somos mais fortes, vamos trilhar.
O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração