A saúde é o segredo do sucesso

Gilmar Denck

Sucesso é um conceito amplo e subjetivo que pode ser definido de diferentes maneiras, dependendo das experiências, valores e objetivos de cada pessoa. Em geral, sucesso pode ser entendido como a realização de algo desejado, a conquista de um objetivo, a obtenção de reconhecimento ou a satisfação pessoal em relação a alguma coisa ou área da vida.
Desta forma como estamos em uma associação de empresários, sucesso pode ser entendido: como realização pessoal do empreendedor seria a conquista do sonho de ver sua ideia realizada; seria ainda a realização de ver a empresa prosperar; seria ainda a realização de ver o negócio prosperando e contribuindo para a prosperidade de nossa cidade.
De forma resumida sucesso seria a sobrevivência da empresa e de alguma forma que ela se torne destaque em seu meio. Seria então o atingimento de metas sonhadas e colocadas em prática pelo empreendedor. O sonho realizado. Sucesso.
Saúde. Se sucesso é a realização do objetivo, pelo contrário, o fracasso é a não realização. Mas quais os principais problemas que podem desvirtuar um empreendedor em sua jornada de sucesso?
Em qualquer empreendimento humano, em qualquer área de atuação, um dos principais fatores de fracasso está diretamente ligado a fatores uma saúde debilitada ou instável, e na maioria das vezes provocadas por motivos internos de ordem pessoal e não por fatores externos, que sempre aparecem e tendem a prejudicar o andamento dos negócios, mas que por outro lado quando bem interpretados podem se transformar em oportunidades de crescimento ou até mesmo de novos negócios.
Quando falamos em saúde precisamos distinguir primeiro a saúde pessoal, a saúde da empresa, a saúde do negócio, da economia local, para então depois entender onde e como devemos agir como empreendedores ou como gestores da empresa. Vamos lá:
Saúde pessoal. A saúde de uma pessoa está baseada no tripé: saúde física, que depende de boa alimentação, exercícios regulares e muita água. Saúde mental, que depende do equilíbrio entre conhecimento, crenças e expectativas. E por último, a saúde financeira que depende do entendimento entre ganhos, gastos e poupança.
A saúde pessoal consiste no pilar de tudo, pois da saúde do empreendedor depende a saúde do negócio que nasceu com sua visão empreendedora. Bora lá cuidar da saúde pessoal. Importante para você, para todos que dependem do seu negócio, para todos da tua cidade e para a tua nação.
Saúde da empresa. A empresa é instituída com a criação de uma pessoa com personalidade jurídica, a famosa PJ, e tal qual uma pessoa, possui personalidade e existência jurídica com direitos e obrigações sociais como cidadã deste país, e tal qual uma pessoa precisa ser alimentada, orientada e protegida para que possa se desenvolver saudável e assim produzir os frutos os quais foram idealizados por seu fundador.
A saúde de uma empresa está balizada basicamente no tripé: faturamento, custos e saúde financeira. A saúde do faturamento tem a ver com a qualidade de entrega de sua produção se entende e atende os desejos ou necessidades de mercado. O faturamento não é tudo, mas sem ele não existe nada, por isso muitos especialistas afirmam que a principal função de um empreendedor é saber vender. Vender sempre, a toda hora, em todo lugar e a todos.
A saúde dos custos tem ligação direta com a competência do gestor que entende a diferença entre custos e investimentos. Os custos, conforme Drucker dizia, são como unha e cabelo, devem ser cortados frequentemente, de preferência por especialistas. Já os investimentos, ao contrário dos custos, devem ser fomentados e analisados criteriosamente, pois são eles que fomentam o desenvolvimento da empresa e dos negócios.
A saúde financeira da pessoa jurídica (empresa) segue as mesmas regras da saúde financeira pessoal. Nunca gastar mais que arrecada é o básico. Saber investir naquilo que fomenta o negócio sem atribuir custos desnecessários à má gestão é o grande desafio dos gestores. Entender a mecânica dos custos e despesas da empresa e trabalhar de forma a sempre ter reservas de segurança que mantenham o fluxo de caixa durante períodos de instabilidade econômica. Saber poupar e saber investir. Saber usar o capital de terceiros com parcimônia e focado no desenvolvimento dos negócios. Enfim, manter -se preocupado com a saúde financeira é manter se preocupado com os negócios.
Saúde dos negócios. Vamos começar por entender a diferença entre empresa e negócio: a principal diferença entre negócios e empresa reside na dimensão, escopo, objetivos de curto prazo e papéis dos proprietários. Em uma empresa, a figura do proprietário é a chave. A produção depende inteiramente de suas ações. Por outro lado, em um negócio, o proprietário é responsável por entender o mercado e direcionar, delegar tarefas à equipe para atender suas demandas, necessidades ou desejos.
Como exemplo, a padaria, o capital, a matéria prima, a tecnologia contratada, as ferramentas e a mão de obra contratada pertencem ao dono da padaria, mas o negócio panificação pertence ao mercado, onde o dono da padaria tem parceiros de negócios. Assim, um negócio pode ser visto como menor do que a empresa que se concentra em um setor específico. A empresa geralmente é vista como maior que o negócio quando se concentra em muitos mercados, mas se olhar de perto o negócio panificação é muito maior pois nele pode existir centenas de empresas atuando paralelamente.
A saúde dos negócios, além da saúde das empresas, significa observar se o segmento oferece condições justas de mercado, sem barreiras de entrada, sem proteções ou dominância de oligopólios ou pior ainda com dominância de monopólios. A presença de informais em determinado número pode deteriorar totalmente a viabilidade de um negócio e a sobrevivência de uma empresa no segmento.
O conjunto de normas, regras e legislações podem fomentar ou inibir negócios na cidade favorecendo a ação de oligopólios externos. E, como o negócio é uma responsabilidade compartilhada, é dever dos sócios dos negócios (parceiros de um mesmo segmento) comumente chamados de concorrentes (termo criado para acirrar a competição que favorece apenas o capitalismo selvagem) sentarem-se à mesa de debates e definirem os rumos dos negócios na sua cidade.
O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração

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