Entendendo associativismo

Gilmar Denck

Não confunda pilares com eixos de atuação: o Associativismo está baseado em seus três principais pilares: liberdade, democracia e solidariedade. Qualquer um deles que esteja ausente não é associativismo. Lembre-se sempre disso.
Os eixos de atuação, ou seja, o “para que existe”, são cinco. Primeiro: desenvolver o empreendedorismo. Muito mais do que a gestão, é a busca por oportunidades, inovação, criatividade e, principalmente, coragem para arriscar.
Então, lembre-se: o associativismo trabalha para desenvolver o empreendedorismo, encorajar o risco e fomentar o investimento. Podemos até apoiar o gestor, mas nosso foco é o empreendedor. O gestor é o responsável pelo planejamento, organização, liderança e controle. Ele trabalha para minimizar os riscos e tem uma função importante na sobrevivência da empresa, mas são os empreendedores com suas visões e coragem que investem no mercado (segmento). Este é o foco.
Segundo: o segundo eixo é trabalhar na intercooperação entre segmentos. Existem centenas de oportunidades de negócios entre segmentos quando colocados sob a égide da cooperação. Aqui, os negócios BxB são exponenciados pela simples ação do networking. Tão poderoso que já foram instituídas ferramentas organizadas para isso acontecer, como as famosas rodadas de negócios com indicações e troca de informações. Um eixo de resultados diretos.
Terceiro: trabalhar a imagem do segmento, governar e não ser governado pelo sistema. Instruir o nível de profissionalismo, combater a pirataria do segmento, melhorar a imagem do profissional perante a comunidade e desenvolver ações de valorização do comércio local. Enfim, um eixo que todo empresário deveria entender que ele é dono da sua empresa e a responsabilidade com o que acontece nela ou com ela é somente dele (ou dos sócios, quando tem). Mas a responsabilidade do negócio é um sistema compartilhado por todos aqueles que operam no segmento. Resumo: a empresa é sua, o negócio tem parceiros, dívida com ele a busca de melhorias.
Quarto: negócios, negócios, negócios. O faturamento não é tudo em uma empresa, mas sem ele não existe nada. Portanto, o foco do empreendedor deve estar 100% voltado para os negócios. Como diz Flávio Augusto, fundador da WizeUp: “o empreendedor tem que saber fazer 3 coisas: vender, vender e vender”. O resto ele contrata alguém para saber e fazer por ele. Ele tem que vender, sempre vender. Este é um dos pilares mais atraentes do Associativismo, pois atrai empresários para feiras, missões, rodadas de negócios, campanhas publicitárias, campanhas do comércio, sistemas de divulgação, etc. Aqui também se encaixa a economia de escala, onde compras conjuntas e sistemas de cooperação têm o poder de reduzir custos empresariais, além de desenvolver ferramentas de proteção empresarial mais poderosas e econômicas, como o nosso SPC, certificados, etc.
Quinto: e, por fim, o mais poderoso dos eixos: a representatividade plena, onde a busca de consenso entre as mais diversas formas de pensar e enxergar os fatos se transforma no mais poderoso meio de influenciar e impactar os governantes eleitos, de forma a trazer assertividade e celeridade no ambiente empresarial.
O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração

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