Gilmar Denck
Ainda polarizados, de um lado radicais progressistas e do outro, não menos radicais conservadores. De um lado acreditando que religião e costumes morais são crenças limitantes que impedem o progresso, do outro os conservadores apegados aos valores sociais tradicionais construídos em pouco mais de 2000 anos pelos gregos, romanos e primeiros cristãos (estrategicamente denominados pelos romanos de “católicos”).
Diante deste cenário é notório o aumento das crenças que justificam a ideologia para A ou para B distanciando o debate do centro de convergência. Não há mais diálogos, apenas disputas.
A economia acaba sendo o escudo de defesa dos lados rivais. Em um momento a alavancagem do empreendedorismo e o impulso no emprego favorece conservadores e de outro a distância social entre as classes favorece os progressistas, ambos cobertos de razões econômicas e sociais.
Diferem no método, mas ambos juram acreditar que trabalham apenas pela prosperidade humana no país. Partidos, que se dizem de centro em maioria, não passam de fisiologistas que observam os burros que passam para com muita calma encilhar sua jornada. Mercadores da ideologia.
Se de um lado que não escuta e do outro que não ouve, e com o centro aguardando as migalhas, a quem caberá a resolução e a difícil tarefa de discutir as políticas públicas para que convirjam em direção a justiça, a equidade e a prosperidade?
Nossa tecnologia já chegou a patamares absurdos de resolução de problemas. Ou seja, temos competência para resolver isso facilmente. O que atrapalha? Egos e ideologias.
Somente entidades associativistas poderão oferecer um ambiente puro para o debate aberto e franco em busca de soluções e propor a modernização e as reformas necessárias. Resta saber se também estas não estão contaminadas pelas ideologias e interesses econômicos ou políticos. O caminho existe, o caminho é Associar.
O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração