Gilmar Denck
A primeira associação comercial do Brasil foi fundada em 1811. Ideia de dom João VI que, fugindo de Napoleão para não perder o império português, ao se refugiar no Brasil, percebeu que a economia precisava de um indutor. Acreditando que este indutor seria o comércio, fundou a 1ª associação em Salvador a 212 anos.
O movimento cresceu a partir do final do século XIX com o surgimento da associação de São Paulo de Curitiba (ou ACP, como gostam se denominar). Em Ponta Grossa uma pendenga entre Receita e madeireiros levou os a reunir para buscar solução. Perceberam que a união produzia força e representatividade fundaram em 1822 o centro de indústria e comércio. O foco era reunir para debater os problemas empresariais e buscar soluções conjuntas. Este modelo permeia desde a fundação.
Após a 2ª guerra, governantes do mundo todo perceberam que o indutor da economia está centrado basicamente na energia empreendedora. As pessoas com ideias e coragem para enfrentar o risco.
Esta é a essência de toda e qualquer nação que já existiu: empreendedorismo. No Brasil, o governo percebeu que a atividade empreendedora até estava num nível interessante, porém, a taxa de mortalidade era muito alta já nos primeiros anos de abertura das empresas. Criaram assim o Sebrae para fortalecer a gestão dos empreendedores.
Neste mesmo período as associações criaram o SEPROC que por sua eficácia em potencializar o crédito e consequente comércio acabou fortalecendo as associações que passaram então a defender interesses e oferecer soluções.
Entrando no terceiro milênio com a explosão das tecnologias governantes e estudiosos perceberam que os indutores da economia passaram de um para três. Empreendedorismo (essência), Associativismo (exponencia a atividade empreendedora) e empreendedorismo cívico (aquele que enxerga e age olhando para o futuro).
Com isto o Sebrae muda sua rota de atuação, buscando integrar as 4 hélices da sociedade (empresas, governos, academias e entidades) em comitês territoriais para buscarem o desenvolvimento que vai muito além do crescimento das empresas
As associações ainda engatinhando na visão, seguem o modelo empreendedor que busca a melhoria da gestão na mesma direção do Sebrae do século passado, não deixando de atuar como representantes dos empresários e buscando fortalecer o financeiro oferecendo cada vez mais serviços e soluções.
O Associar assim, nasce para trazer a cultura associativa como indutora do desenvolvimento. Seu foco vai muito além da gestão (essencial para sobrevivência do negócio) e busca focar no desenvolvimento do segmento (essencial para a sobrevivência dos negócios). Associar é o caminho. Vamos trilhar.
O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração