You need (parte 2): Tuas crenças te limitam

Gilmar Denck

Se concentre. Imagine um belo limão Taiti na palma da tua mão. Bem verdinho e bem suculento. Imagine você cortando este limão ao meio. Agora imagine a metade dele em tua mão. Agora imagine você mordendo com força a metade. Sentiu o amargor e a acidez em tua boca?
Perceba que teu cérebro não faz distinção entre o real e o imaginário. Perceba que sonhos podem se tornar realidade (Walt Disney). E perceba que adoramos iludir nosso cérebro.
É fácil enganar o cérebro. Basta imaginar. E como desejamos o conforto e o prazer, é fácil conseguir apenas alimentar nosso cérebro com situações que nos levem a este conforto. Esta é a base de todas as nossas crenças. Acreditamos em tudo aquilo que nos faz bem acreditar. E detestamos ser contrariados em nossas crenças, porque o desconforto é grande e pode destruir a base da minha crença. Aqui nascem as crenças limitantes. Esta resistência te impede de evoluir.
Vamos ver na prática isto afetando a tua vida. Você gosta de frango assado recheado? Eu gosto e muito. Bem, agora da mesma forma do limão imagine você chegando na casa de um amigo indiano o qual todo educado e elegante te oferece um jantar. Ele serve uma carne ao molho numa cumbuca um tanto diferente e pede para você provar. Após experimentar, sente um gosto diferente próximo a uma moela ensopada, mas com consistência de uma dobradinha. O sabor é interessante. Então ele revela que é uma variação do Monkey Brain, uma iguaria chinesa geralmente servida cru no crânio de um macaco.
Que sabor lhe veio à boca neste momento? Sou capaz de imaginar, hehehe. Neste momento você exclama: mas que nojento! O indiano então lhe perguntaria: “cérebro de macaco no crânio de macaco é nojento? Então me diga, como explica os ocidentais retirarem as vísceras do frango, prepararem as mesmas com farinha e enfiarem no fiofo do frango não é nojento?”
Veja, questão cultural. Comemos e acreditamos do jeito em que o meio em que vivemos nos ensinou. Mas quem está com a razão? A verdade? Costumamos achar que a razão e a verdade estão apenas no nosso jeito de entender as coisas, pois elas se encaixam em todas as nossas crenças. Percebeu?
Em verdade vos digo, a razão estará sempre no equilíbrio, no status virtuum medium, como diria os gregos, a virtude está no meio termo. Tudo tem sua razão de ser e tudo é verdadeiro. Eximir se de provar ou conhecer uma iguaria mostra apenas falar de educação e uma mente limitada e pequena. Como diria Albert Einstein, uma mente que se abre para uma nova ideia jamais retorna ao seu tamanho inicial.
Ora, isto acontece em todos os campos de nossa existência. Criamos e adotamos ideologias nas áreas da religião (Deus e religião na medida da minha verdade), na área econômica (ideologias e teorias de acordo com a minha verdade,) e na política (ideologias que me deixem confortáveis na minha verdade).
Eis o universo de ideologias, para todos os tipos e todos os gostos. Qual é a tua? A minha é Associar. Vamos trilhar?

O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração

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