Gilmar Denck
As considerações das variáveis no associativismo vão de acordo com a relevância de cada entidade, com cada caso necessitando ser avaliado de maneira individual. Se uma entidade julga capaz de virar empresa precisa antes de tudo manter as tradições históricas, colocando em prática em uma gestão profissional e, principalmente, a instalação de um gestão profissional para cuidar da administração, colocando à disposição do mercado pequenas partes para investidores interessados, usuários cooperados.
Talvez haja a necessidade de ao instalar uma cooperativa, que esta siga muito próximo a sua base de associados, detendo a parte majoritária do comando da nova administração. O famoso 50%+1.
Nesta linha, acontece a profissionalização total da gestão, com a associação e sua assembleia de associados como acionista majoritária da nova cooperativa. Assim, não chega ninguém mudando a entidade suas cores ou tentando tirar toda a história que foi construída durante décadas. Há a necessidade de uma mudança brutal na gestão, com a criação de um conselho de administração, alta governança e compliance, ou seja, estar em dia com atos, normas e leis, de olho em seu efetivo cumprimento. Isto é de praxe.
Como pontos positivos nesta mudança de estabelecer cooperativas de serviços dentro das entidades não há dúvida que estão a gestão, o profissionalismo, a credibilidade, a transparência, atração de investimento, valorização da marca, novas receitas, impacto econômico na região e melhor desempenho, engajamento dos associados, atração de mais patrocinadores, entre outros pontos.
Acredito ainda, que além de manter a associação em seu eixo de promoção da cultura da cooperação, da defesa da democracia e do fortalecimento do espírito empreendedor, ao estabelecer uma cooperativa de serviços é um caminho sem volta a ser traçado para os próximos anos , depois do atraso provocado pela ruptura da Renic.
O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração.