Num trecho do filme Robin Hood estrelado por Russell Crowe há uma citação que está inscrita numa lápide que diz assim: “lutem e lutem novamente até cordeiros se tornem leões.” Que quer dizer nada mais nada menos do que nunca desistir. Não podemos parar de mexer o doce, por mais dificuldades que apareçam. O segredo está na persistência, na fé que nós trazemos, e na certeza de que estamos no caminho certo.
Na condução de uma entidade o líder deve ter em mente que ali está justamente para manter o equilíbrio de poder entre impérios econômicos e governantes. Ele (líder) mais do que ninguém sabe que a paz é inegociável e para mantê-la terá que suar sua fronte. Ele mais que ninguém sabe que a convulsão social é perigosa e pode trazer danos a toda a coletividade e sabe mais que ninguém que um povo jamais será leal a governantes que roubam sua própria nação sabe também que eleitos em maioria estão acostumados a barganhas para manter o poder, e pensam que podem barganhar a lealdade do povo oferecendo lhes apenas o pão e o circo. Pensam eles que o povo lhes deve.
Talvez por ter passado pela difícil tarefa da disputa na batalha eleitoral, pensam eles que são legítimos senhores do poder a eles emprestados e mal sabem eles que em verdade são apenas funcionários contratados por nós por sistema de seleção por escrutínio de votos e que sua missão nada mais é que seguir as nossas ordens. Sem lealdade de um povo não existe nação. Não existe nada a não ser convulsão social. O líder de uma entidade unido a todos os líderes cívicos devem levantar a bandeira da prosperidade e mostrar aos governantes a todo momento que se eles desejam construir uma nação, um futuro precisa antes de mais nada de uma fundação sólida, uma sociedade coesa que entenda sua função.
O líder não pode tolerar ou aceitar leis que escravizam a população. Não pode compactuar com taxas elevadas de tributação por mais nobre que seu destino possa parecer. Não se pode deixar governantes escravizar seu povo infringindo a estes uma tributação que lhes rouba até o direito de sonhar. É comum nos governantes desejarem a lealdade de seu povo sem lhes devolver algo em troca. E quando percebem está necessidade querem apenas devolver um pouco do muito que lhe foi tirado, apenas com intuito de barganhar sua permanência sob o manto da coroa.
A história nos mostra que qualquer espécie de tirania só nos leva ao fracasso e a miséria, seja ela explícita ou velada, deve ser combatida de todas as formas pela sociedade civil organizada. Uma nação se constrói da mesma forma que se constrói um castelo. Primeiramente fortalecendo seus pilares, depois reforçando suas colunas e em cima disso tudo o mais que possível ou for possível.
A construção começa de baixo para cima. Da base. Um grande governante é também um grande líder, e ideal que este líder de alguma forma tenha sido moldado e forjado na lide social de uma entidade para que mesmo estando ao topo saiba que os alicerces estão na base e assim saiba que dando ou dividindo o poder com cada habitante de sua comunidade terá o seu próprio poder fortalecido e amplificado.
A tão propalada justiça social deve ser buscada pela união destas lideranças e com elas oferecer um ambiente livre para que seus habitantes possam produzir, viver e buscar a felicidade. Não é papel de governantes nem de lideranças buscarem um castelo a cada habitante, mas é de sua responsabilidade trabalhar para permitir que o meio em que estamos inseridos seja livre, democrático e solidário e assim possibilita que cada um de seus homens e mulheres possam buscar o seu espaço para construir o seu castelo apenas com o suor de seus rostos, e ao enxugá-los poder dizer: “estou feliz, porque eu fiz e juntos nós fizemos”.
Isto não é utopia, é apenas o caminho da paz. Permitir que todo homem possa plantar e colher seus frutos em benesse de si, de sua família e destes frutos contribuir para a construção da nação. É dever da liderança ainda, não permitir a injustiça, cuidando para que ninguém seja condenado sem uma causa, mas que também não permita que aqueles que mereçam sejam castigados exemplarmente para a manutenção da ordem. Enfim, o povo quer apenas pão e circo, ou seja, deseja apenas trabalhar e do suor dos seus rostos buscar o seu sustento e ser feliz na medida que possa. Nada mais.
Quando um líder entende estas singelas lições e as pôr em prática conquista muito mais que a lealdade de seus liderados, conquista o seu amor. Cada lar, de cada habitante é o castelo de sua felicidade, queira Deus que os líderes desta terra entendam isto e apenas respeitem, deixando-os trabalhar e contribuir com a nação. A liberdade e a democracia são anseios humanos que estão acima de suas necessidades e desejos. Muito além do pão e do circo buscamos apenas a nossa felicidade. Respeitem isso.
O autor Gilmar Denck é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração
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