De uma altura da vida em diante passamos facilmente ao saudosismo, e quando isto acontece, costumeiramente chamamos de bons tempos aqueles de outrora. É apenas uma das muitas mentiras que costumamos contar a nós mesmos como forma de encontrar algum conforto nas atribulações cotidianas. Sempre os dias atuais e futuros serão melhores que os de outrora em vários aspectos. Se por um lado a idade nos tira o vigor da juventude, em compensação nos premia com a sabedoria e a compreensão da vida. São momentos diferentes, apenas diferentes.
Digo isto pois hoje me lembrei que outrora chamávamos de ‘pai dos burros’ o bom e velho dicionário, entre eles o Aurélio, o mais famoso, pois tudo que não sabíamos ele sabia. Hoje a modernidade facilitou, e o pai dos burros mais famoso chama-se Google. Buscador rápido, eficiente e confiável. Brincando com ele aqui encontrei a definição de empreendedor cívico: “é a arte de se produzir capital social ou, em outras palavras, uma sociedade bem sucedida”, de José Munir Nasser. Ou ainda: “Empreendedores Cívicos são agentes de inovação social que fomentam e promovem transformações positivas em benefício da coletividade rumo a um Brasil Sustentável. São indivíduos que, pela força de seus ideais e de forma não condicionada a sua posição social e interesses econômicos e políticos, realizam projetos e ações com impacto social, assumindo responsabilidades em prol da coletividade”, da RAPS.
E buscando um pouco mais a fundo para entender o que é um empreendedor cívico procurei por seu antônimo. Não encontrei, mas tem o antônimo de empreendedor: “sedentário, parado, inerte, anérgico, aposentado, estagnado, reformado, paralisado”. E tem também o antônimo de cívico: “aquele que não faz referência à condição de cidadão como parte integrante do Estado: que não cumpre obrigações cívicas. Não se desenvolve a partir da honra pela pátria; não demonstra honra pela pátria; não e patriótico: não tem sentimento cívico”. Ainda em dúvida sobre a melhor conceituação sobre o civismo procurei por mercenário, e veja o que encontrei: “que age ou trabalha apenas por interesse financeiro, por dinheiro ou algo que represente vantagens materiais; interesseiro, venal”. Na mesma toada de busca acabei encontrando a definição de CONCERTO: “No entanto, o significado etimológico de concerto é o seguinte: «acordo entre duas ou mais pessoas para conseguir um determinado fim, pacto, ajuste ou convenção»”.
Com esta última podemos entender o que é a sociedade e como nos portar nela. Entre todos temos de estabelecer os concertos e para tanto precisamos do empreendedorismo cívico, que ao menos eles sejam em maior número que os mercenários, só assim poderemos sonhar com prosperidade. O caminho existe. O caminho é Associar. Vamos trilhar.
O autor Gilmar Denk é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração
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