No texto anterior, tratamos a respeito do momento em que o empreendedor investe em seu negócio, mais precisamente na qualificação dos trabalhadores, e tudo o que você investe nele retorna de forma exponencial e com mais força.
Sigamos nesta linha de raciocínio e agora perceba: em maioria, os treinamentos e cursos preparatórios para a vida são focados única e exclusivamente em atender um desejo pessoal, focado no umbigo do profissional que o busca, ou, quando muito, são criados para atender a uma demanda específica e técnica de um segmento. É curioso perceber que quanto mais forte o segmento, maior o número de cursos existentes para atendê-lo. Da mesma forma, é fácil perceber que alguns segmentos estão desaparecendo ou sofrendo agruras justamente por falta de investimentos.
No ramo do comércio isto é facilmente perceptível. Não são poucos os lojistas que entraram no segmento como mercenários, apenas para atender a uma demanda de ponto de apoio ou ligação entre a indústria e o consumidor, acreditando que comércio é apenas uma oportunidade de vender e explorar o mercado.
Estes dificilmente investem, ou quando o fazem, fazem com pouca vontade e pouca visão, comprometendo assim todo o sistema. Perceba: não investem em treinamentos adequados de seus atendentes, pois já perdeu muito vendedor bom para seus concorrentes. Não investe em sua fachada, pois isto significa um custo alto e acredita que consumidor não compra fachada. Não investe em divulgação, pois acredita que consumidor não compra propaganda. Não investe em iluminação de sua loja, pois acredita que o cliente compra o que precisa até mesmo no escuro. Não investe em promoção, pois acredita que dar desconto é pra quem está quebrado e sem venda.
E assim se forma um círculo vicioso que vai destruindo lentamente o segmento dele, e quando aparece um grande empreendedor com ideias inovadoras pode ser tarde para se reinventar. Não são poucos os segmentos que estão sendo engolidos por grandes redes, e o que elas fazem de diferente que acabam por abocanhar quase que integralmente o mercado deles? Elas investem no mercado exatamente onde estes empreendedores, muitas vezes tradicionais em suas cidades, não investem.
Ou seja, investem em marketing, em propaganda, em imagem, em propostas para o consumidor, em campanhas, em iluminação e em treinamento de equipes. Este é o segredo. Bem, mas de onde tirar tanta grana para fazer tudo isto?
A resposta é simples: primeiro você precisa entender que empreender é uma atividade de risco. Onde não há risco não há lucro. Pode haver sobras por um tempo, mas nunca haverá lucro, portanto, empreender é arriscar. Grandes redes pertencem a pessoas ousadas que arriscam e muito.
Claro que o risco deve ser calculado, precisa cercar de informações e ferramentas da administração para evitar de alguma forma os riscos, mas nunca subtraí-los totalmente, pois sem eles, sem lucro. Fugir do risco é fugir do lucro. Muitos estão fazendo isto, de forma consciente, ou até mesmo inconsciente. Estão fugindo dos riscos e se afastando do lucro e depois não entendem onde estão errando.
Depois, se você não tem o capital necessário para todos os investimentos no teu segmento, você pode adquiri-lo no mercado. Um dos produtos mais vendidos hoje no mercado é justamente capital. São os bancos e cooperativas que mais crescem, pois seu produto, além de desejado, é o mais procurado por todos os empreendedores. Bem, isto ensejará em riscos. Na próxima semana falaremos sobre as alternativas a fugir deste risco. O caminho existe. O caminho é associar. Vamos trilhar.
O autor Gilmar Denck é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração
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