Da História temos três grandes nomes que modificaram, impactaram e continuam influenciando a formação da sociedade até hoje. A primeira foi a Eva, padeira por insistir na curiosidade ao descobrir o pão e por conseguinte a agricultura, determinando um novo rumo social aos caçadores coletores. Isto é empreendedorismo raiz. Acreditar e fazer.

O segundo foi Jesus, que ensinou através de parábolas. Com os talentos nos ensinou que devemos investir e multiplicar nossos talentos. Quem guarda não tem valor e quem gasta será castigado, só quem investe e multiplica será premiado. Na multiplicação dos pães ele mostra a força da cooperação. No Olhai os Lírios dos Campos ele mostra a força da fé. No Sermão da Montanha ele fala da força do amor aos irmãos.

Por terceiro, Colombo reabre as esperanças ao acreditar e buscar um novo mundo. Estas pessoas mudaram o mundo e continuam influenciando. A prosperidade que hoje vivemos veio em consequência de suas atitudes e podemos evoluir muito mais se entendermos a essência da mensagem. No mundo corporativo, de alguma forma, já entendemos a força da cooperação e desejamos usá-la a nosso favor para vencer a competição.

De uma forma contraditória queremos contratar pessoas que tenham habilidade e espírito de equipe para nos ajudar a vencer a competição. Ou seja, ensinamos a competir, mas entre nós na equipe queremos cooperação. Esse é o mundo insano das corporações. Desejamos uma equipe super desenvolvida e capacitada para tudo, com valores sobre humanos de valentia, proatividade e visão empreendedora, as quais buscamos premiar acima da curva como forma de incentivo, ao mesmo tempo prender em nossos interesses.

Jesus mostra que a essência de uma equipe se forma no propósito da missão. Não são as gratificações que impulsionam. Elas mantêm apenas uma fidelidade ao prêmio pecuniário que normalmente podem ser revistos por agentes de fora. Retire a visão transcendente do mestre Jesus e procure ver nele a essência de um líder empreendedor, sem os romantismos da paz e do amor. Veja que ele prega a cooperação e a significância da missão como modelo de liderança. Ele capacitou os motivados e nunca perdeu tempo buscando capacitados para motivar.

Uma linha inversa dos profissionais do RH que buscam reduzir custos com turnover, selecionando capacitados acreditando que ao ler a missão, descrita de forma linda e impressa, às vezes em papel mais lindo ainda. De cara dá para perceber que não entendem a função social de uma empresa, quiçá entenderão uma missão. Assim, se apega na visão e em valores (na maioria não passam de clichês) para descobrir talentos, acreditando ser mais fácil e possível. Sabemos que tudo na vida é feito para pessoas e por pessoas, se não soubermos lidar com pessoas, o problema se inicia aqui.

Sabemos também que serão as pessoas que trabalham conosco que atenderão e encantarão (ou não) os nossos clientes que detêm o poder de decidir o sucesso de nossa empresa, assim sabemos que devemos investir em nossos colaboradores. Esta é a essência prática, porém, muito além do investimento em suas capacidades e habilidades, devemos investir em suas atitudes, fazendo os entender a sua missão e a sua função social. Aqui entra o papel da comunicação e a mais poderosa de suas ferramentas: o feedback. Mas não aquele cercado de formalidades e com regras, com hora e local definido com roteiro de assuntos. Falo aqui do feedback do vai e volta. Coração tocando coração. Alma tocando alma. Se você não enxerga isto, melhor cercar-se apenas de máquinas.

Pessoas são entes que se apaixonam e fazem outras se apaixonarem, e quando a paixão está presente, a cooperação nasce e encanta e tudo se transforma. Esta é a essência da mensagem do Jesus líder empreendedor. Este é o segredo de equipes vencedoras. Cooperação é a base da evolução da sociedade e a fagulha que promove a prosperidade. Chegará o dia em que empresas e empresários entenderão a essência da cooperação e deixarão de usá-la como ferramenta para potencializar suas equipes para a competição. O caminho existe, o caminho é ASSOCIAR. Vamos trilhar.

O autor Gilmar Denck é empresário com 30 anos de experiência em associativismo, formado em Filosofia e Administração.