A definição do termo representatividade do dicionário da língua portuguesa é uma réplica presente no Dicionário de Política de Noberto Bobbio: representatividade é a expressão dos interesses de um grupo (seja um partido, uma classe, um movimento, uma nação) na figura do representante. De forma que aquele que fala em nome do coletivo geralmente de uma minoria ante a maioria ou a totalidade, o qual se diz comprometido com as demandas e necessidades destes grupos. Portanto, falar de representatividade revela o sentido político e ideológico por trás do termo que geralmente está ligado à defesa das minorias.

Esta necessidade de se dar voz, ou ainda, de ampliar a voz das minorias é que baliza o surgimento e a manutenção dos partidos políticos no Brasil que se autodenominam, se intitulam como defensores de diversas classes existentes na sociedade. E se uma classe aparece com uma demanda que aparentemente não está presente no viés ideológico de nenhum partido, e “voilá” do nada aparece um pseudolíder criando mais um partido.

Interessante, não é mesmo? Você saberia dizer quantos e quais são os partidos existentes no Brasil? E mais, saberia dizer quem eles representam?
Bem, o escopo deste artigo não é atacar a estrutura partidária, este é um assunto para uma outra hora. O que queremos destacar aqui é o porquê da representatividade e como exponenciar os seus efeitos em favor dos empresários.

Para que representatividade? A classe empresarial de um modo geral é vista como algozes sonegadores pelos governantes. Tida como exploradora de mão de obra pelo sindicalismo nefasto e despropositado, e ainda como usurpador dos direitos do consumidor. Embora na verdade existam empreendedores sonegadores, que existam exploradores de mão de obra e existam aqueles que enganam em seus produtos, eles não são maioria e estes não merecem representatividade (e curiosamente são os primeiros a aparecer na lista dos financiadores de campanha dos partidos políticos). Mas falemos da maioria, destes que precisam de representatividade e que por um motivo ou outro se mantêm longe das lides partidárias.

O empreendedor, herói solitário, é o ser que constrói a nação. Dele depende toda a geração de impostos que sustenta a máquina pública. Dele derivam todos os empregos e rendas que existem em uma nação. Dele derivam todos os bens, produtos e serviços que existem. Dele deriva os investimentos no social, no ambiental, no cultural, no econômico e até no político, e quando ele consegue obter lucro investe no capital para não ser abandonado por ele, reinveste em seu negócio, pois o que não cresce desaparece, e ainda tem que investir em estratégias que tragam sustentabilidade a seu negócio, a saber: deve investir em vendas, em redução de custos, em capacitação de equipes, em desenvolvimento de lideranças em sistema de informação, em sistemas de interação, em inovação e por tudo isto precisa ter representatividade que é muito mais que ter um representante.

O conceito de representatividade deve ser entendido como um modelo de amplificador de suas vozes. Precisamos mostrar à comunidade os nossos desafios e as nossas dores. Só assim seremos e teremos representatividade. Este é o desafio.

Ao unir-se com os empresários de seu segmento o empreendedor encontra eco para sua voz, e pode encontrar alento para suas dores. Ao unir se reencontra a esperança que lhe faz acreditar em seu negócio e nele investir. Reencontra o espírito empreendedor que tudo constrói. Reencontra o caminho da governança corporativa que tudo organiza. Experimenta a força da cooperação e da cultura associativa e entende porque deve valorizar o comércio local, criando assim um círculo virtuoso de prosperidade, onde ele ganha muito mais e ainda abre oportunidades para muitos se beneficiarem.

Não é mágica, mas é magia. Unir se para se fazer representar. Respeitar e ser respeitado pelo que é, pelo que faz e não pelo que tem. Este é o caminho. O caminho é associar. Vamos trilhar.

O autor Gilmar Denck é empresário com 30 anos de experiência em associativismo, formado em Filosofia e Administração